terça-feira, 21 de julho de 2009

with a little help...

Até as 17 horas dessa segunda-feira eu ainda não tinha me dado conta de que hoje é marcado como "dia do Amigo"... Fiquei sabendo quando recebi a ligação duma amiga da minha namorada ao mesmo tempo em que fazia minha visita diária à Wikipédia.

Começando - então - pela noite, cheguei há pouco da casa do Saul, onde estavamos jogando truco (como -parece estar virando - costume). Lá estavam Galileu, Georges e Jônatas também, alternando na mão de nós cinco o violão presente.

Voltando à um fluxo normal de narrativa temporal (já que não domino bons recursos de engrenagens de tempos verbais), comecei o dia assistindo "Synecdoche, New York", um desses filme pop-cult, bem escrito por Charlie Kaufman. Eu já havia baixado antes (e até passado algumas cópias por penDrive), mas algum erro de endereçamento apareceu (já que vivo na perigosa linha de 400~750 MB livres no meu HD). É um bom filme, cheio de itens legais e reflexivos. Recomendo.

Graças a isso, paradoxalmente, comecei minha madrugada pensando sobre a solidão (paradoxo com a comemoração vigente) e (re) pensando a morte - alguns dos temas recorridos metalinguisticamente na citada obra. Eu tenho andado bem triste, com uma melancolia própria das férias pra mim. Então tirei um tempo pra pensar em coisas bem triviais, a ponto de nossa percepção cotodiana chegar à ignorá-las.

Todos sabem que tenho um forte (na verdade uma "quedinha") por exatas; e acho que fiz uma abordagem realmente lucrativa que queria dividir com vocês. Estava pensando no primeiro modelo socio-político-filosófico-etcs de solidão que levam imediatamente à um entendimento inicial de unidade. Pra mim, é praticamente impossível pensar num cúmulo de solidão que não seja algo tão hermético/compacto que possa não ter contato com nada que não seja ele mesmo.

Seguindo em abstração e tendo a certeza que a física de hoje nos prova que mais de 97% de Tudo é, na pura verdade, Nada, tive medo de constatar que nem o contato é real, já que as interações de força são dadas em micro-interações de campos (que, por sua vez, são deformações do espaço em volta; desvios que os 3% de alguma coisa causa no resto). E vi sadicamente que a ausência é a completude natural. E por instantes eu senti que a coisa mais real que poderiamos ter, a nível pessoal/intimista, são as aventuras virtuais que a abstrção humana projeta ao comportamento real.

Acho que por esse motivo eu tenho abandonado um pouco os hábitos mais "próprios" meus (como conversar com a Dayane e a Ana. Ou ver a Lorena), por troca de um espaço decadente e melancólico. Eu senti a tristeza que é a nossa existência desencorajada e meramente psicológica. Vi que o jovem (classificação social surgida no contexto revoltoso dos anos 60'-70') é uma criança sem inocência (ou seja: fragilidade sem recompensa; tesão sem descoberta).

Por fim, voltando à idéia fisica da coisa, a maior força manipulável conhecida pela humanidade é a atômica. Em si, o conceito é belamente solitário: a menor parte inteira (discutível, mas lembre-se que a quantificação não justifica qualificação. Logo as sub-particulas possuem n formas apresentáveis) do pouco tudo que existe se fecha em si msm, forçando a diminuição do nada entre cada pecinha de forma que todo esse nada destrua as outras pecinhas em volta dela, numa distância comparativa quase infinita. Em sumo, a menor coisinha tenta ficar menor ainda, e acaba mudando todas as outras em volta; mudando elas, não o espaço como anteriormente falado. E a menor parte sai de lá mudada, com nova identidade, novo comportamento.

Bem, não que seja metaforicamente falando (eu prefiro imaginar isso como uma sinédoque, como o título do filme), mas senti um gostinho agradável e saudosista, bem infantil no final dessa idéia. Senti a renovação nascendo do individual, de forma que a solidão não é punição, mas dor motivadora. Senti que o outro não é ligado em você -por mais que se queira: ELE NEM AO MENOS PODE TE TOCAR, NA VERDADE. Senti que eu preciso fazer essas coisa que atarefei os outros (e chamei de afeto, precocemente) por conta própria. Tenho que ser meu próprio BigBang, minha fissão!



Em complemeto, a imagem de hoje é um wallpaper do Pequeno Príncipe, que tinha há tempos no HD. Gosto bastante de parametrizar-me pelo Peter Pan. Mas pensando na solidão e, consequentemente, numa jornada pra auto-explosão, cheguei na imagem do peregrino que planta e colhe lições, mas tem sua memória (B 612) e seu amor (sua rosa) onde sempre esteve. Ele veio como a personificação daquele que sai e descobre que seu lar não está me outra lugar que não seja nele.

P.S.: (orkut) Sorte de hoje: Viver amanhã é muito tarde. Viva hoje
Último login: 20 de julho de 2009 18:36

Um comentário:

  1. Acho que não deveria fazer isso... acho que eh melhor sentir as coisas q são feitas pra sentir, sem parar pra pensar... pensar de mais vai lhe secar e lhe deixar velho.

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